01 dezembro 2010
15 novembro 2010
Parque Nacional Grande Sertão, Veredas
O acampamento pode ser montado quase que instantaneamente em qualquer lugar. Mesmo sem água corrente. Tudo que se precisa, tem. |
Uma amostra das águas de vereda como as veria Monet... |
O Grande Sertão é mesmo grande. E permanece sertão, (fora a parte que virou mardesoja) só que sem os personagens do Guimarães.
Os habitantes atuais são rudes, sem aquela cultura refinada e costumes imemoriais. O cavalo virou moto e o chapéu de couro virou boné...
Levamos cinco dias para fazer o percurso que o Guimarães levou mais de cinquenta...
Falarei mais disso oportunamente.
Rui e Liana
11 novembro 2010
Parque Estadual Verde Grande
Matias Cardoso, MG
Eu, caçador de fotos...
Sempre abominei isso.
Sempre achei que a foto se insinuava, e que era ignóbil caçá-la.
Mas debalde...
Há que pagar a língua!
Rui
Fico pensando...
Como terão sido as matas originais da beira do São Francisco?
Aqui, sobraram somente as barrigudas que não se aproveita a madeira.
Liana
09 novembro 2010
Mata Seca
Hoje é meu aniversário. Estou recebendo como presente uma estadia no Parque Estadual Mata Seca.
Já estava acostumado com um caminho cheio de pedras. Tirava de letra. Aqui fui jogado num espinhal. Há espinhos para todos os gostos. Micro espinhos, espinhos agulha, unha de gato, cactos de todos os tipos e macro espinhos como os das barrigudas. Espinho de paineira, espinho de braúna, espinho de uma miríade de cactos. Parece que todas as plantas aqui são espinhentas. Você sai da pedreira e cai no espinhal…
Não sei como explicar a minha felicidade e gratidão por esse belo presente de aniversário.
É pedreira, cipoal, espinhal, lamaçal, mosquital, carrapatal, o silêncio ensurdecedor e essa solidão uterina do carinho da natureza que me faz diferençar as realidades...
Sou grato.
Rui
Hoje é aniversário do Rui.
Saímos ontem do Peruaçu e fomos dormir no Hotel Nacional em Itacarambi. É o hotel do seu Jairo, e ele cuida de tudo pessoalmente.
Jantamos um tambaqui frito no Zé do Peixe.
Hoje cedo, passamos na feira, compramos bananas e saímos de Itacarambi rumo ao Parque Estadual Mata Seca. Percorremos 64 km em cinco horas.
Nesse momento, estamos só nós dois na sede do Parque. Uma casa velha de fazenda, que o povo do Parque, sem recursos, vai mantendo do jeito que é possível.
Espantamos pelo menos 17 caranguejeiras que disputavam nosso espaço...
O almoço de aniversário foi arroz com sardinhas em lata.
Liana
Hoje é meu aniversário. Estou recebendo como presente uma estadia no Parque Estadual Mata Seca.
Já estava acostumado com um caminho cheio de pedras. Tirava de letra. Aqui fui jogado num espinhal. Há espinhos para todos os gostos. Micro espinhos, espinhos agulha, unha de gato, cactos de todos os tipos e macro espinhos como os das barrigudas. Espinho de paineira, espinho de braúna, espinho de uma miríade de cactos. Parece que todas as plantas aqui são espinhentas. Você sai da pedreira e cai no espinhal…
Não sei como explicar a minha felicidade e gratidão por esse belo presente de aniversário.
É pedreira, cipoal, espinhal, lamaçal, mosquital, carrapatal, o silêncio ensurdecedor e essa solidão uterina do carinho da natureza que me faz diferençar as realidades...
Sou grato.
Rui
Hoje é aniversário do Rui.
Saímos ontem do Peruaçu e fomos dormir no Hotel Nacional em Itacarambi. É o hotel do seu Jairo, e ele cuida de tudo pessoalmente.
Jantamos um tambaqui frito no Zé do Peixe.
Hoje cedo, passamos na feira, compramos bananas e saímos de Itacarambi rumo ao Parque Estadual Mata Seca. Percorremos 64 km em cinco horas.
Nesse momento, estamos só nós dois na sede do Parque. Uma casa velha de fazenda, que o povo do Parque, sem recursos, vai mantendo do jeito que é possível.
Espantamos pelo menos 17 caranguejeiras que disputavam nosso espaço...
O almoço de aniversário foi arroz com sardinhas em lata.
Liana
Cavernas do Peruaçu
Após anos arrodeando e desejando conhecer as Cavernas do Peruaçu, finalmente atingimos o objetivo.
Lá, nas pedras escorregadias, não se tem, de modo nenhum, direito a escorregões...
Após anos arrodeando e desejando conhecer as Cavernas do Peruaçu, finalmente atingimos o objetivo.
Lá, nas pedras escorregadias, não se tem, de modo nenhum, direito a escorregões...
As formações de pedras gigantescas são como como brasas dormidas no tempo. Com um pouco de abstração vê-se o cataclismo que gerou tudo isso… É portanto, uma viagem no tempo. Um tempo atemporal que nos remete às emoções mais densas, as que fazem suar as mãos!
Um carrapato se acarrapatou bem na minha pálpebra esquerda, fazendo inchar meu olho que já andava prejudicado pelo fato de, no primeiro dia de viagem ter inutilizado meus óculos. É bom não usar óculos, desde que você se abstraia quanto a sua necessidade! Foi bom. Fiquei parecido com o John Wayne…
Por falar em tempo, a Liana acha que o modernismo já existia há cerca de 12.000 anos. Tá aí o exemplo:
04 novembro 2010
28 outubro 2010
Concluimos hoje a primeira etapa de nossa jornada. Durante três dias percorremos 300 km fotografando o Parque Nacional da Canastra e seus arredores.
É.
Esse nosso trabalho nos joga de encontro, toda vez, a uma mesma realidade sempre modificada.
É como se a vida fosse um filme que desdobra como num caleidoscópio.
É a mesma velha realidade pregando peças a cada movimento.
Eis aí o fascínio de se ser móvel. Volátil, volúvel, escutando vozes veladas. Vendo véus que não velam. Cachoeiras que só molham se você tiver coragem. É duro e é mole.
É um mister para quem não tem as obrigações inventadas, os deveres supérfluos e as desculpas esfarrapadas.
É coisa da natureza.
25 outubro 2010
15 outubro 2010
Daqui da barranca do Iriri, no coração da terra Kaiapó, sentimos os humores da floresta e a cálida umidade do rio.
Vejo que uma certa aridez de Brasilia ressecou minha alma que ficou tão penada e fraca que demorou mais de 24 horas para me alcançar.
Agora, esquálida e quase inerte, ela chega como que buscando asilo...
Recebo-a.
Meu coração e outros órgãos começam a dessincronizar e faz desaparecer a sensação de oco.
Um morno bafejo me envolve e me devolve a sensação de inteireza.
Acho que posso começar de novo a ser feliz...
Liana está comigo, dedilha meu ditado no computador a luz de velas.
Começam a aparecer algumas certezas no ar:
Lua nova, avermelhada. Pássaros desconhecidos, árvores coloridas cujo nome não sei mas nada disso nos perturba.
Estamos juntos aqui.
De novo aqui. Graças a Deus, aqui, pois daqui o limite é o céu.
Liana e eu.
Eu e Liana partilhando os mesmos sentimentos e retomando encontros com a esperança.
RF
04 outubro 2010
22 setembro 2010
Festival da Primavera II
A primavera chega atrasada no Cerrado
A explosão de flores já aconteceu.
O que verdadeiramente marca a primavera no Cerrado
são as miríades de folhinhas novas brotando nas galhadas secas.
É o céu que não é azul nem cinza!
E sem ter caído uma gota de chuva sequer,
surge um verde mágico emergindo da secura,
indicando a chegada de um novo tempo.
A explosão de flores já aconteceu.
O que verdadeiramente marca a primavera no Cerrado
são as miríades de folhinhas novas brotando nas galhadas secas.
É o céu que não é azul nem cinza!
E sem ter caído uma gota de chuva sequer,
surge um verde mágico emergindo da secura,
indicando a chegada de um novo tempo.
dedicado a Gisela Magalhães
Liana
Liana
21 setembro 2010
Ilha de Paquetá, 1973 |
Calmaria
Quando baixa a poeira das paixões e no peito se dissipa a turbidez do coração, o homem passa por ventanias, aragens, sopros e até mesmo suspiros, sem sobressaltos.
Surge assim a calmaria do saber ter sido...
Não é covardia.
Não é nostalgia.
É, sim, ousadia!
Ousadia de quem trabalha não mais pelas ilusões, mas para pavimentar com diamantes a estrada da vida rumo ao inexorável.
Seja lá o que isso for,
Coraggio!
Quando baixa a poeira das paixões e no peito se dissipa a turbidez do coração, o homem passa por ventanias, aragens, sopros e até mesmo suspiros, sem sobressaltos.
Surge assim a calmaria do saber ter sido...
Não é covardia.
Não é nostalgia.
É, sim, ousadia!
Ousadia de quem trabalha não mais pelas ilusões, mas para pavimentar com diamantes a estrada da vida rumo ao inexorável.
Seja lá o que isso for,
Coraggio!
dedicado a Elke
RF
16 setembro 2010
14 setembro 2010
OS SIMBIONTES
Rio Iriri, 2007 |
Sonhei que o gerúndio era uma expressão do infinito...
"Estarei indo..."
Pois. Estarei indo p'ros Kaiapós na Pykany
Pois. Estarei indo p'ros Kaiapós na Pykany
Lá sou amigo do Rei.
Não terei mulher alguma
E nem cama que escolher...
Lá, me fecho, me enclausuro num casulo
e me deixo rolar p'ra dentro de outro mundo.
O das borboletas e jacarés!
Eles, os guaribas, antas e outros bichos
vivem noutro reino
vivem noutro reino
onde são amicíssimos do Rei,
mas não necessariamente amigos entre si.
Às vezes, apenas simbiontes.
agradecimentos especiais a Carmen Figueiredo
RF
06 setembro 2010
28 agosto 2010
Cerrado
Hoje, na nossa caminhada matinal, dei de cara com algo parecido com um vulcão.
Andando por aqui, se encontram monstros alados, seres descomunais, edifícios africanos, desfiladeiros e canyons que só em Marte para ter iguais...
Mas esse de hoje não era nenhum vulcão. Era a chaminé de uma usina nuclear, dando conta da infinitude do cerrado, mesmo quando, e ainda que, incinerado.
RF
Hoje, na nossa caminhada matinal, dei de cara com algo parecido com um vulcão.
Andando por aqui, se encontram monstros alados, seres descomunais, edifícios africanos, desfiladeiros e canyons que só em Marte para ter iguais...
Mas esse de hoje não era nenhum vulcão. Era a chaminé de uma usina nuclear, dando conta da infinitude do cerrado, mesmo quando, e ainda que, incinerado.
Infinitude no cerrado Mesmo quando calcinado |
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