29 janeiro 2011




Caro Silvio,
Na última vez que você esteve aqui em casa, notei a rara percepção que você demonstrou vendo a passarada. Uma varanda freqüentada por um sem número de espécies; sabiás, bem-te-vis, sanhaços, sairas, trinca-ferros, gralhas, tico-ticos, etc. Aí você falou: - você os cria soltos. Eu, muito agradecido por alguém ter notado, registrei a sua observação como um mantra.
Talvez que, por ter ficado vaidoso, agora estou sendo castigado severamente por um inexplicável desaparecimento de todos esses pássaros como que por encanto. Há já dias que acordo minhas manhãs num silêncio sepulcral. Nenhum pio. De nenhuma espécie. Chamo a atenção de Liana, que me diz, é mesmo! Cadê a sabiá que vinha roubar ração dos cães dentro da cozinha?  Cadê os bem-te-vis que piavam desesperadamente esperando a infalível banana? Até as duas corujinhas que moravam na varanda sumiram. Os paturis no lago não vêm mais. As flores dos cactos vicejam e murcham sem nenhuma visita de beija-flor. As cambaxirras do beiral que começavam ao primeiro alvor, não acordam mais ninguém.
Hoje de manhã passou apressado e bem lá no alto um grupo de araras. E só.
Busco explicações e não acho. Se fosse veneno teria dizimado algumas espécies. Se fosse abundância de alimento em outras plagas também seria só para alguns, como acontece com a época do ano que uns somem e outros vêm.
O único casal de seriemas da região, que me alegrava muito ouvi-las, por algum motivo não cantam mais. A coisa é grave, porque súbita e avassaladora. As goiabas apodrecem sem nenhuma bicada, assim como as mangas, as bananas, etc.
Recorro a você para me ajudar a decifrar esse enigma. Acho, pela minha experiência, que será inútil consultar um ornitólogo. Talvez um xamã, ou mesmo um esotérico maluco possa nos ajudar nessa incrível tarefa.
Acho que até meu telefone pegou alma de passarinho arredio, pois raríssimamente toca. Perder amigos não é coisa fácil, muito menos, passarinhos. Mas, como vês, há muita esperança no ar. E uma delas é que você nos apareça.
Saudades, abraços,
Rui Faquini


PS Estou colocando essa carta no blog na esperança de que, alguém mais que tenha algo a dizer sobre isso, se manifeste.

15 janeiro 2011

                        Olá amigos e amigas

Dando seqüência a nossa viagem, paramos para um merecido descanso na Avenida Atlântica.
Sim, Copacabana!
Eleita por mim a melhor praia do Brasil, ela é a vanguarda do Rio. Rio que passa na nossa vida, e flui na memória.
Copacabana trata bem os cachorros, os idosos, gringos, boêmios...
É lindo ver os que vêm dos fundos do Brasil especialmente para o encantador  primeiro encontro com o mar.
É fantasia de inúmeros brasileiros ver e ser visto aqui num de seus botequins ou revellions.
Visito Copacabana há cinqüenta anos. Já a vi de várias formas, mas agora ela está livre da soberba que marcou sua juventude de princesinha... cresceu e hoje exibe de várias maneiras o seu grande charme!
Vã, sim.
Mas gloriosa!

                                                                                                                                       Rui Faquini